Orientações e dicas

Por: - Cirurgião vascular - CRM/DF 10.711
Publicado em 01/08/2018 - Atualizado 31/01/2019

Você sente dor na panturrilha? Atenção para esse sintoma!

Você sente dor na panturrilha? Atenção para esse sintoma!

A dor na panturrilha, em alguns casos, pode estar sinalizando um quadro de claudicação intermitente. Isso acontece pois, ao se exercitar, os músculos tendem a consumir mais oxigênio do que quando encontram-se em repouso. Por isso, ao caminhar, se houver alguma deficiência na irrigação vascular, ocasionada por uma obstrução arterial, por exemplo, o indivíduo deverá parar o exercício em decorrência da dor.

Atenção para a dor na panturrilha

De uma maneira geral, a claudicação intermitente é uma sensação de dor em uma ou ambas as pernas. Acontece muito frequentemente nos músculos da panturrilha, dificultando o caminhar e outros movimentos. Isso se dá no momento dos exercícios ou caminhada, em consequência do déficit de oxigênio de suprimento muscular.

Portanto, fique atento às dores frequentes na panturrilha pois pode estar demonstrando o primeiro sintoma da claudicação intermitente. Caso isso ocorra, procure ajuda médica para a confirmação do problema.

Causas da claudicação intermitente

A principal causa da claudicação intermitente é a insuficiência circulatória, decorrida pelo estreitamento das artérias que irrigam os membros inferiores por placas de gordura ou ateromas, em decorrência da arteriosclerose. Por isso, a claudicação intermitente pode estar indicando a arteriosclerose em outras partes do corpo, como o sistema nervoso central e o coração, por exemplo.

 

Os fatores de risco da claudicação intermitente constituem em:

  • sedentarismo;
  • diabetes;
  • estresse;
  • tabagismo;
  • colesterol alto;
  • obesidade;
  • pressão alta;
  • dislipidemias;
  • hereditariedade.

O diagnóstico da claudicação intermitente é de caráter clínico. O médico irá questionar o histórico do paciente, recorrer a exames físicos, avaliação dos pulsos e eventuais sopros cardíacos. Se necessário, o especialista ainda solicitará um teste de caminhada na esteira, além de outros exames como angiotomografia computadorizada, ecografia com Doppler, angiografia ou angiorressonância magnética.

Esteja atento aos sintomas da claudicação intermitente

Fora a manifestação de incômodo na panturrilha, os principais sintomas da claudicação intermitente surgem no início de atividades físicas, principalmente caminhadas. São eles: cansaço, câimbra, dor, peso e fraqueza nas pernas (panturrilha, na maioria das vezes), além de nádegas, quadris, coxas canelas ou parte superior dos pés.

As dores se intensificam à medida que os exercícios também aumentam e desaparecem quando as atividades são interrompidas. A dor pode se agravar quando há elevação do membro inferior.

Caso o quadro se agrave, as caminhadas ficam cada vez mais difíceis e até o estado de repouso torna-se incômodo, assim como interfere no sono do paciente. À medida que a redução da irrigação sanguínea se acentua, é possível que:

  • o pé permaneça frio e apresente menor sensibilidade;
  • a pele se torne seca e descamativa;
  • as unhas sejam atrofiadas;
  • os pelos caiam;
  • surgimento de úlceras;
  • lesões isquêmicas nas extremidades;
  • o agravamento do quadro desencadeia uma gangrena no membro inferior pode levar a uma amputação.

Tratamento da claudicação intermitente

Para tratar o problema, será indicado, primeiramente, exercícios físicos adequados e programados para cada paciente. Caminhadas ao ar livre ou sob a esteira é uma ótima maneira de lidar com a claudicação intermitente. Outras opções, dependendo de cada caso são:

  • controle dos fatores agravantes, como hipertensão arterial, diabetes, glicemia, dislipidemias e tabagismo;
  • medicamentos como vasodilatadores ou antiagregantes plaquetários;
  • procedimento cirúrgico em casos mais graves, podendo ser indicada a implantação de stent (mola espiral que mantém a artéria aberta).

Se você sente dores com frequência durante os exercícios físicos procure um profissional especializado. Só assim você poderá tratar adequadamente seus sintomas para garantir o rendimento no exercício e qualidade de vida para seu dia-a-dia.

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    Material escrito por:
    Cirurgião vascular - CRM/DF 10.711

    Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular. O médico é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Dedica-se ao estudo e manutenção de acessos vasculares para tratamentos como hemodiálise e quimioterapia, além do tratamento de varizes e fleboestética (cirurgias, microcirurgias, laser e espuma densa).