Orientações e dicas

Por: - Cirurgião vascular - CRM/DF 11.870
Publicado em 04/05/2017 - Atualizado 31/01/2019

Preciso mesmo tirar a veia safena? Não vai fazer falta no futuro?

Preciso mesmo tirar a veia safena? Não vai fazer falta no futuro?

As duas perguntas do título são feitas com muita frequência por quem precisa tratar as varizes. Antecipamos que nem sempre é preciso tirar a veia safena para isso, mas, em alguns casos, essa é a melhor alternativa para solucionar o problema.

A cirurgia para retirada da veia safena, convencionalmente, chama-se safenectomia, pois existem outros métodos mais modernos atualmente, como o laser e a radiofrequência, que também são usados para extrair essa veia. É feita com a paciente parcial ou totalmente anestesiada. Para alcançar a veia safena, o cirurgião vascular faz um corte no tornozelo, onde introduz um fio grosso e comprido, de plástico ou metal, que percorre toda a extensão da veia, até a virilha, onde já foi feito outro corte. Esse fio é o que ajuda a remover a veia safena da perna.

A cirurgia, geralmente, é indicada quando o vaso está excessivamente dilatado e com muito refluxo sanguíneo, ou seja, quando o sangue flui na direção oposta à do coração devido a uma falha no funcionamento das válvulas existentes no vaso, responsáveis por impulsionar o sangue de volta ao órgão.

Não tem problema em tirar a veia safena?

A maior implicação em tirar a veia safena é não tê-la caso seja necessária no futuro, para substituir alguma artéria entupida (ponte de safena) e restabelecer a circulação sanguínea. Por este motivo, alguns especialistas em cirurgia vascular buscam tratar as varizes de forma que seja possível preservar esse vaso. Mas nem sempre isso é viável. Nas situações em que o aspecto da veia safena é tortuoso e seu diâmetro já tenha sido muito alterado em função da dilatação das paredes e devido ao acúmulo de sangue, a única solução é removê-la. Até porque, nessas condições, nem poderia ser usada como substituta de alguma artéria.

A remoção da veia safena não prejudica em nada a circulação sanguínea da perna. É preciso lembrar que, se a orientação do médico é retirá-la, é porque ela já não desempenha sua função e o organismo, de certa forma, se habituou a funcionar sem ela. Sem a veia doente para sobrecarregá-lo, a tendência é de que, inclusive, o funcionamento do corpo melhore, considerando que o fluxo do sangue será assumido por veias saudáveis na ausência da veia safena.

Assim, sintomas como dor, cansaço e inchaço nas pernas também devem ser solucionados com a cirurgia. Mas, mesmo estando livre desses incômodos, é preciso que a paciente seja cuidadosa, pois a extração da veia não é uma garantia de que está livre das varizes para sempre. Sem os cuidados corretos de prevenção, as varizes podem voltar a se formar e afetar outros vasos das pernas. Por isso, todas as recomendações médicas precisam ser devidamente atendidas.

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    Material escrito por:
    Cirurgião vascular - CRM/DF 11.870

    Formado em medicina pela Universidade Federal do Ceará, é especialista em Cirurgia Geral, Angiologia e Cirurgia Vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.