Por: Dr. Luis Fernando de Carvalho Bastos - Cirurgião vascular - CRM/DF 11.886
Publicado em 15/02/2016 - Atualizado 31/01/2019
A crença de que o tratamento para varizes é doloroso ou o medo de ter de fazer uma cirurgia para remover as veias com dilatação anormal são dois dos motivos pelos quais as pessoas adiam a resolução do problema, por anos até. E quando finalmente tomam a iniciativa de procurar um angiologista ou um cirurgião vascular, descobrem que o temor era infundado e que a solução, na verdade, é bem simples.
Como qualquer outra questão relacionada à saúde, quanto antes a pessoa que tem ou suspeita ter varizes procurar o médico, melhor é o resultado do tratamento. Esperar para tratá-las, mesmo que as varizes não estejam incomodando, pode ser arriscado. Portanto, o melhor é não deixar para amanhã o tratamento que pode ser feito hoje.
Em muitos casos o procedimento de escleroterapia, feito no próprio consultório do médico, resolve a questão. Mas, para se certificar de que ele é mesmo o mais indicado, o angiologista ou cirurgião vascular, realiza, primeiro, um exame clínico para avaliar, com cuidado, todos os vasos.
Caso identifique a presença de telangiectasias, ou seja, dilatações capilares de disposição linear e sinuosa com aspecto semelhante ao da teia de uma aranha ou à forma de rede, o tratamento recomendado é o de escleroterapia convencional ou a laser. Na escleroterapia convencional, durante o procedimento, um líquido hiper concentrado e esclerosante é injetado, que provoca o desaparecimento do vaso sanguíneo doente, o procedimento é feito através de mini agulhas dentro dos vasos. Na escleroterapia a laser é disparada uma luz que tem absorção pelo sangue e com isso conseguimos um efeito térmico no vaso e seu consequente fechamento.
Já se as varizes percebidas pelo médico forem de grosso calibre, o recomendado pode ser resolvê-las por intermédio da escleroterapia de varizes com espuma densa, guiada por ultrassom. Neste tratamento, um agente esclerosante espumoso é injetado no vaso sanguíneo. Esta espuma provoca uma alteração no vaso motivando a esclerose.
Para que os resultados sejam positivos é preciso realizar mais de uma sessão em cada tratamento para evitar complicações e para que o agente esclerosante seja bem aceito pelo organismo dos pacientes. O número de sessões pode variar de acordo com a quantidade e com a sensibilidade de cada pessoa.
Na crioescleroterapia, outra possível maneira de tratar as varizes, a sensação de dor é amenizada com o resfriamento da pele. Um jato de ar frio, produzido por um equipamento especial, é lançado sobre a área a ser tratada. Simultaneamente, o cirurgião vascular injeta o agente esclerosante resfriado a -40°C. O resfriamento reduz a dor em até 90% e aumenta a eficácia do tratamento.
Alguns cuidados precisam ser adotados por quem trata as varizes. O principal deles é evitar o sol até a cicatrização total dos pontos e os hematomas ou equimoses (“roxos”) desapareçam. A cada consulta, o cirurgião vascular acompanha a progressão dos resultados. E mesmo depois de as varizes sumirem, é preciso retornar às consultas periodicamente. As varizes, às vezes, podem voltar ou piorar com o tempo.
Nem todas as varizes podem ser tratadas com a escleroterapia. Algumas só são resolvidas com cirurgia. Conversar com o médico sobre as possibilidades é a forma mais segura de obter resultados efetivos e evitar riscos desnecessários. E tornar a vida mais tranquila.
Material escrito por: Dr. Luis Fernando de Carvalho Bastos
Cirurgião vascular - CRM/DF 11.886
Formado em medicina pela Escola de Ciências Médicas de Alagoas, é especialista em Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular e certificado na atuação em Ecografia Vascular. O médico é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do serviço de cirurgia vascular do Hospital de Base do Distrito Federal.
Diretor Técnico Médico:
Dr. Marco Edoardo Bezerra de Melo CRM/DF: 10.711