Por: Dr. Luis Fernando de Carvalho Bastos - Cirurgião vascular - CRM/DF 11.886
Publicado em 17/11/2017 - Atualizado 31/01/2019
A Insuficiência Venosa Crônica (IVC) deve afetar até 33% das mulheres e 20% dos homens. O dado, divulgado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACVSP), foi compilado de estudos internacionais sobre a doença.
Um dos principais fatores predisponentes que possibilitam que uma pessoa seja afetada pela condição é possuir varizes. A estimativa é de que entre 3% e 11% da população com veias dilatadas nas pernas desenvolvem IVC.
A Insuficiência provoca alterações difíceis de se reverter na pele da região afetada. Elas vão desde o escurecimento, à descamação e ressecamento do órgão. Associado a esses sinais, estão sintomas como dor, queimação e inchaço. Em alguns casos, surgem feridas nas pernas que demoram a cicatrizar.
É muito comum acreditar que um quadro crônico e evolutivo como esse surja somente em quem apresenta varizes de maior calibre. Isso, porém, não é totalmente verdade. Existe, sim, chance de somente quem possui telangiectasias (vasinhos) nas pernas também sofrer com sintomas como dor e desconforto com o passar do tempo. Ou seja, por menor que pareça o problema de varizes, é melhor estar atento a ele e tratá-lo o quanto antes.
Mas só isso não será o suficiente, caso alguns fatores de risco não sejam igualmente combatidos, a começar pela obesidade. O peso acima do recomendado exige mais do sistema venoso, favorecendo a dilatação das veias.
O sedentarismo também não faz bem para quem tem varizes. A circulação das pernas depende do movimento muscular, especialmente da panturrilha (batata da perna), para funcionar de maneira correta.
Da mesma forma, é preciso ter cuidado com os anticoncepcionais. Os hormônios contidos no medicamento podem enfraquecer as paredes das veias e facilitar a formação das varizes.
Evitar ficar muito tempo em pé ou sentado na mesma posição é outra recomendação para evitar as varizes e, consequentemente, manter a Insuficiência Venosa Crônica longe.
No exame clínico, o cirurgião vascular já consegue confirmar a existência das varizes. Depois disso, o próximo passo é identificar o que deu origem a elas para definir qual será o tratamento.
Essa etapa inicial é importante porque são as varizes que propiciam o surgimento da Insuficiência Venosa Profunda. Tratá-las significa que há uma grande chance de a condição não se instalar.
Os tratamentos mais recomendados são a cirurgia e a escleroterapia. O sucesso de qualquer um deles, porém, depende das condições clínicas da paciente. Por exemplo, da boa ou má cicatrização.
De qualquer forma, a melhor opção é sempre tratar as varizes, caso contrário, é provável que a situação piore e um tratamento mais invasivo seja necessário para restabelecer a saúde do sistema venoso.
Material escrito por: Dr. Luis Fernando de Carvalho Bastos
Cirurgião vascular - CRM/DF 11.886
Formado em medicina pela Escola de Ciências Médicas de Alagoas, é especialista em Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular e certificado na atuação em Ecografia Vascular. O médico é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do serviço de cirurgia vascular do Hospital de Base do Distrito Federal.
Diretor Técnico Médico:
Dr. Marco Edoardo Bezerra de Melo CRM/DF: 10.711