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Por: - Cirurgião vascular - CRM/DF 13.263
Publicado em 22/07/2019 - Atualizado 22/08/2019

Hereditariedade e varizes: qual é a relação?

Hereditariedade e varizes: qual é a relação?

Você já deve ter notado que, geralmente, todos os pacientes de uma mesma família sofrem com varizes, certo? A explicação é simples: hereditariedade e varizes estão diretamente ligadas. Ou seja, se seus pais ou parentes próximos sofrem com esta condição, muito provavelmente você também irá desenvolver o problema em algum momento da vida.

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Mesmo que você tenha um estilo de vida saudável e adote hábitos que contribuem para evitar as varizes, se você possui predisposição genética  para o problema, dificilmente irá manter-se livre dele. A boa notícia é que quanto mais cedo você realizar o tratamento, menores serão as complicações causadas pelas varizes.

Afinal, quais são as causas das varizes?

As varizes possuem dois tipos de causas: as imutáveis e as mutáveis. O primeiro caso envolve fatores que não podem ser alterados, pois, estão relacionados à condições específicas de nosso corpo que não podemos controlar. Já as causas mutáveis estão ligadas ao estilo de vida, uma vez que hábitos prejudiciais à saúde também contribuem para o aparecimento de varizes. Confira as causas principais!

 

Hereditariedade

Hereditariedade e varizes têm uma íntima relação, já que a predisposição genética é considerada a principal causa do problema, sendo que, dentre todos os casos de varizes, cerca de 80% ocorre devido à herança genética. Por isso, pacientes que apresentam histórico familiar têm muito mais chances de desenvolver a doença. Nesses casos, as varizes podem aparecer precocemente, por volta dos 25 anos, e piorar gradativamente conforme o avanço da idade.

 

Idade

À medida que envelhecemos, a elasticidade das veias fica comprometida e a capacidade das válvulas de bombear o sangue para o coração diminui. Excluindo o fator hereditário, as chances de desenvolver varizes aumentam a partir dos 50 anos, mas pacientes mais jovens também podem apresentar o problema.

 

Sexo

As mulheres são mais propensas a desenvolver varizes ao longo da vida, devido a, principalmente, três fatores principais: a atuação dos hormônios femininos, a gravidez e o uso de pílulas anticoncepcionais.

 

Sedentarismo

A ausência de exercícios físicos pode comprometer o sistema circulatório, que, sem estimulação, tende a não realizar sua função corretamente. Ou seja, quanto mais ficamos sem nos movimentar, mais dificuldade o sangue terá para fluir corretamente.

 

Imobilidade

Além da hereditariedade, a imobilidade é outra grande causa das varizes. Quando ficamos muito tempo sentados ou em pé na mesma posição, o sistema circulatório tem dificuldade em bombear o sangue de volta ao coração, já que esses hábitos exercem maior pressão nas veias dos membros inferiores.

 

Obesidade

O excesso de peso corporal sobrecarrega o sistema circulatório e aumenta a pressão sobre os vasos, dificultando o fluxo sanguíneo. Dessa forma, a obesidade  pode favorecer a dilatação dos vasos sanguíneos e aumentar a chance de o problema circulatório se agravar, resultando no surgimento das varizes.

 

Tabagismo

As substâncias presentes no cigarro podem agredir as paredes das veias, deixar o sangue mais viscoso e favorecer seu acúmulo nos membros inferiores. Com o sistema circulatório prejudicado, as veias começam a dilatar, dando origem às varizes.

 

Quais os tipos de varizes?

Basicamente, existem três tipos de varizes:

Telangiectasias: são vasinhos de aspecto avermelhado ou arroxeado que ficam logo abaixo da superfície da pele. Se assemelham à forma de uma teia de aranha e comprometem mais a aparência do que a saúde.

Varizes reticulares: são as varizes consideradas “normais”. É o tipo mais comum e pode causar sintomas como dor, queimação, sensação de peso. Em muitos casos, não representam um grande risco para a saúde, mas é preciso combater o problema para evitar maiores complicações.

Varizes tronculares: são maiores e mais grossas que as demais, devido à dilatação em grandes troncos venosos. É o tipo mais grave e, geralmente, afeta a veia safena, podendo causar graves complicações, como a trombose venosa profunda.

 

Como tratar?

Pacientes que têm maior chance de desenvolver a doença por conta da relação entre hereditariedade e varizes devem ficar atento aos primeiros sintomas da doença. O diagnóstico precoce permite evitar complicações mais graves e realizar tratamentos não cirúrgicos e menos invasivos.

Ainda não há um exame específico para confirmar se o paciente possui predisposição genética para varizes. O melhor a se fazer é observar a pele dos membros inferiores em busca de possíveis alterações nas estruturas das veias. Quando notar veias dilatadas, por menores que sejam, é hora de buscar ajuda médica.

O tratamento é feito de acordo com o grau de intensidade. Assim, nos estágios iniciais é possível combater o problema com tratamentos mais simples, como a escleroterapia ou a microcirurgia de varizes, que é um procedimento minimamente invasivo.

Em casos mais graves, é necessário recorrer ao procedimento cirúrgico, que pode ser realizado de duas formas: por meio de cirurgia convencional ou endolaser.

 

Cirurgia convencional

A cirurgia de varizes é destinada a tratar as veias safenas. O procedimento é feito por uma incisão na virilha e outra na parte interna do joelho ou tornozelo. Dessa forma, a safena é isolada e, por meio de um pequeno orifício o cirurgião vascular introduz um cabo fino que chega até a virilha. Após isso, é feita uma ligadura e a veia é extraída.

 

Endolaser

A cirurgia de varizes para veias calibrosas também pode ser feita pelo laser endovenoso, o qual chamamos de endolaser. Nesse caso, não há necessidade de extrair a veia de maneira cirúrgica, mas o vaso é igualmente eliminado. O método consiste em fazer uma pequena incisão na pele, onde se introduz uma fibra óptica diretamente na veia. Assim, o laser é emitido ao longo da veia doente, promovendo sua oclusão total.

 

Como se prevenir?

Infelizmente, se você possui fator hereditário para as varizes, é muito difícil preveni-las e manter-se livre do problema durante toda a vida. A boa notícia é que você pode adotar hábitos saudáveis e, assim, retardar o aparecimento da doença. Saiba o que fazer!

  • procure manter uma dieta equilibrada e rica em frutas, verduras e legumes;
  • faça caminhadas ou pratique exercícios regularmente;
  • durante o expediente, faça pausas e procure levantar por alguns minutos;
  • deite com as pernas elevadas, quando possível;
  • mantenha-se no peso ideal.

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    Material escrito por:
    Cirurgião vascular - CRM/DF 13.263

    Formado em medicina pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, é especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular periférica, atua no atendimento de pacientes com patologias vasculares diversas. Dedica-se ao tratamento de varizes com laser, aplicações de espuma ecoguiada e ecografia vascular.

     

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