Por: Dr. Eduardo Diniz - Cirurgião vascular - CRM/DF 11.870
Publicado em 16/09/2019 - Atualizado 18/09/2019
Os consultórios médicos têm estado lotado de mulheres em busca de solução para algo que tem se tornado comum: a cura das varizes. A estimativa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) é de que 30% dos homens e 45% das mulheres apresentam o problema, levando em consideração todas as faixas etárias.
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As varizes são veias superficiais dilatadas e anormais que caracterizam uma alteração funcional da circulação venosa do organismo. O problema ocorre quando as válvulas responsáveis por conduzir o sangue venoso de volta ao coração não consegue realizar essa função.
Consequentemente, o sangue passa a ficar acumulado na região afetada – sobretudo nos membros inferiores – provocando alterações nas veias que resultam no surgimento das varizes.
A maior incidência entre o sexo feminino se deve aos hormônios femininos que diminuem a força das paredes das veias, deixando os vasos mais fracos. Pelo mesmo motivo, e aliado a compressão que o bebê faz nas veias da barriga, as chances de as varizes aparecerem durante a gravidez crescem, aumentando as possibilidades a cada nova gestação.
Contudo, as causas das varizes vão muito além dos hormônios femininos. Como principais fatores de risco desencadeadores do problema, podemos citar:
Para muitas pessoas, varizes e vasinhos são apenas preocupações estéticas, enquanto para outras são mais sérias. Como afeta a circulação do sangue, é comum surgirem dores, desconforto, inchaço e a sensação de peso. Em alguns casos, varizes podem até ser sinais de problemas circulatório.
As veias mais vulneráveis às varizes são as das pernas e dos pés, pois ficar por muito tempo em pé ou sentado pode forçar as veias da parte inferior do corpo. O problema tem solução, mas o tratamento correto para cada caso depende da avaliação de um médico vascular.
Em linhas gerais, o tratamento das varizes depende, fundamentalmente, da veia a ser tratada e da gravidade da situação. De maneira geral, o tratamento para varizes pode ser realizado por:
A escleroterapia é um procedimento que envolve injeção de um produto químico dentro da veia para irritá-la e, consequentemente, obstruí-la e impedir que continue conduzindo sangue. Na escleroterapia de varizes com espuma densa, guiada por ultrassom, esse produto é um agente esclerosante espumoso, indicado para o tratamento de varizes de grosso calibre. Outra opção é o tratamento com laser, no qual o sangue da veia é esquentado até queimar o vaso.
Aqueles cordões varicosos, salientes e visíveis, que elevam a pele, e aquelas pequenas veias de trajeto tortuoso ou retilíneo são de tratamento cirúrgico. As veias que são retiradas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação. Assim, retirá-las causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as implicações da evolução da doença. O procedimento cirúrgico é rápido, o tempo de hospitalização é curto e a recuperação em casa pode durar poucos dias, dependendo da técnica a ser utilizada.
Em pacientes que não querem ou não podem fazer nenhum dos tipos de tratamento citados, pode ser empregado o tratamento clínico com medicamentos. O uso de meia elástica também é altamente recomendado no tratamento para varizes.
As complicações das varizes vão muito além do desconforto estético. É por isso que realizar o diagnóstico e tratamento precoce é fundamental para que o paciente possa ter uma vida normal e evitar maiores complicações. Caso não sejam tratadas adequadamente, as varizes podem evoluir e causar graves complicações, como:
Por mais que as varizes possam surgir por fatores imutáveis – como a idade e gênero – alguns hábitos de vida podem retardar ou até mesmo eliminar o risco do aparecimento das veias varicosas. Saiba o que você pode fazer para evitar o problema!
Para evitar maiores complicações, o mais recomendado é realizar exames regularmente com um cirurgião vascular, a fim de detectar os primeiros sinais que podem indicar o surgimento das varizes. Contudo, muitos pacientes só procuram ajuda médica quando o problema já está aparente ou em estágio avançado.
É importante lembrar que quanto mais cedo realizar o diagnóstico e iniciar o tratamento, maiores serão as chances de combater o problema de maneira eficaz, além de evitar que o quadro se agrave e cause complicações mais graves.
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Material escrito por: Dr. Eduardo Diniz
Cirurgião vascular - CRM/DF 11.870
Formado em medicina pela Universidade Federal do Ceará, é especialista em Cirurgia Geral, Angiologia e Cirurgia Vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Diretor Técnico Médico:
Dr. Marco Edoardo Bezerra de Melo CRM/DF: 10.711